sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sim, acredito na construção coletiva!


Fazia tempo que não participava de palestras ou seminários voltados à Comunicação Social, mas na última quinta-feira (21/10) tive o desprazer de assistir a palestra sobre "Inovação e Tecnologia na Prática Jornalística". Confesso que fui ingênua em acreditar que o tema ministrado pelo então jornalista Mauro Bonna pudesse ser proveitoso para formação dos estudantes de jornalismo ali presentes.

Jornalismo mercadológico. Essa foi a denominação usada pelo palestrante para fomentar e tentar canalizar os estudantes ao capital. Segundo ele, ao invés de Jornalismo Comunitário, deveríamos estudar Jornalismo Mercadológico, o que não é diferente do que ele e a chamada imprensa marron defendem. Para ele a academia tem formado comunicadores com muita pureza e isso dificulta o desempenho no mercado de trabalho. Entendamos alguns pontos.

Se a pureza da qual o apresentador do programa Arjumento, ops! Argumento, se reportou foi no sentido de criticidade, seriedade, responsabilidade com a informação e principalmente com a comunidade, realmente posso me considerar pura.

Mesmo sabendo do rolo compressor que é a grande imprensa, não pretendo e não vou antes ou depois de formada, me render ao capital e desacreditar na construção coletiva. Inocente? Não, assertiva como dizem.

Entendo que todo veículo de comunicação precisa de capital para se manter, mas a formação cultural, e responsabilidade social vão além de meros $$.

Acredito na Comunicação Social como ferramenta de mudança dessa sociedade mercadológica e descompromissada com a ética, defendida com unhas e dentes por profissionais dessa linha.

É bem verdade que o processo de conscientização é longo, porém, se não fizermos desde já que esse processo inicie (o que já vem acontecendo) de que adianta o empenho de nossos mestres para a construção do jornalismo comunitário? Somos compostos de sangue e sentimento e não de cifrões.

Rádio comunitária existem e dá resultado, o "problema" é que ela não beneficia empresários e isso sim interfere no investimento ao jornalismo comunitário.

Mas depois de assistir a palestra tive a certeza do que não quero ser no mercado: uma jornalista vendida!

4 comentários:

  1. Se tu quiser te vender eu compro Sara rsrs

    Eu gosto dos óculos do Mauro Bona. Se eu for um filho da puta de um comunicador que se vende pra ter um programazinho que quase ninguém vê, eu ganho um desses?

    Ah, mas se eu me render ao grande mercado, tu promete que se vende pra mim Sara?

    Bjs!

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  2. Infelizmente comunicadores vendidos é o que mais encontramos neste mercado. Mas não precisamos nos igualar para conseguir espaço. Ingenuidade e pureza, como alguns dizem, talvez seja o que nos mantenha vivos nesta profissão. Abraços.

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  3. Devias ter dito para ele: Senhor Mauro com toda certeza NÃO precisamos ter uma disciplina chamada "Jornalismo Mercadológico", pois o sistema já faz isso intensamente a toda hora. Mas o invés de aceitar pacificamente à essa imposição como o senhor, eu LUTO por um jornalismo diferente,com ética e em defesa da sociedade. Mas se o senhor quiser continuar chamando isso de "puro", tudo bem. Preserve seu trabalho que eu preservo a minha dignidade.

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  4. Sara,não costumo ir a blogs e muito menos comentá-los. Mas foicom prazer que li o que escreveste. espero que seja esse o espírito da coisa até o fim.

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