segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Manifesto Público: morro do Alemão e Vila Cruzeiro


Há três semanas, as favelas do Alemão e da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, se tornaram o palco de uma suposta “guerra” entre as forças do “bem” e do “mal”. A “vitória” propagada de forma irresponsável pelas autoridades – e amplificada por quase todos os grandes meios de imprensa – ignora um cenário complexo e esconde esquemas de corrupção e graves violações de direitos que estão acontecendo nas comunidades ocupadas pelas forças policiais e militares.
Mais que isso, esta perspectiva rasa – que vende falsas “soluções” para os problemas de segurança pública no país – exclui do debate pontos centrais que inevitavelmente apontam para a necessidade de profundas reformas institucionais.

Desde o dia 28 de novembro, organizações da sociedade civil realizaram visitas às comunidades do Alemão e da Vila Cruzeiro, onde se depararam com uma realidade bastante diferente daquela retratada nas manchetes de jornal. Foram ouvidos relatos que denunciam crimes e abusos cometidos por equipes policiais. São casos concretos de tortura, ameaça de morte, invasão de domicílio, injúria, corrupção, roubo, extorsão e humilhação. As organizações ouviram também relatos que apontam para casos de execução não registrados, ocultação de cadáveres e desaparecimento.

Durante o processo, a sensação de insegurança e medo ficou evidente. Quase todos os moradores demonstraram temor de sofrerem represálias e exigiram repetidamente que o anonimato fosse mantido. E foi assim, de forma anônima, que os entrevistados compartilharam a visão de que toda a região ocupada está sendo “garimpada” por policiais, no que foi constantemente classificado como a “caça ao tesouro” do tráfico.

A CAÇA AO TESOURO
É um escândalo: equipes policiais de diferentes corporações, de diferentes batalhões, se revezam em busca do dinheiro, das jóias, das drogas e das armas que criminosos teriam deixado para trás na fuga; em lugar de encaminhar para a delegacia tudo o que foi apreendido, as equipes estão partilhando entre elas partes valiosas do “tesouro”. Aproveitando-se do clima de “pente fino”, agentes invadem repetidamente as casas e usam ameaças e técnicas de tortura como forma de arrancar de moradores a delação dos esconderijos do tráfico. Não bastasse isso, praticam a extorsão e o roubo de pequenas quantias e de telefones celulares, câmeras digitais e outros objetos de algum valor.

Apesar deste quadro absurdo, o governo do estado do Rio de Janeiro tenta mais uma vez esvaziar e desviar o debate, transformando um momento de crise em um momento triunfal das armas do Estado. Nem as denúncias que chegaram às páginas de jornais – como, por exemplo, as que apontam para a fuga facilitada de chefes do tráfico – foram respondidas e investigadas.
Independente disso, os relatos que saem do Alemão e da Vila Cruzeiro escancaram um fato ue jamais pode ser ignorado na discussão sobre segurança pública no Rio de Janeiro: as forças policiais exercem um papel central nas engrenagens do crime. Qualquer análise feita por caminhos fáceis e simplificadores é, portanto, irresponsável. E muitas vezes, sem perceber, escorregamos para estas saídas.

Direcionar a “culpa” de forma individualizada, por exemplo, e fazer a separação imaginária entre “bons” e “maus” policiais é uma das formas de se esquivar de debates estruturais. Penalizar o policial não altera em nada o cenário e não impede que as engrenagens sigam funcionando. Nosso papel, neste sentido, é avaliar os modelos políticos e as falhas do Estado que possibilitam a perversão da atividade policial. Somente a partir deste debate será possível imaginar avanços concretos.

Diante do panorama observado após a ocupação do Alemão, as organizações de direitos humanos cobram a responsabilidade dos Governos e exigem que o debate sobre a reforma das polícias seja retomado de forma objetiva. Nossa intenção aqui não é abarcar todos os muitos aspectos desta discussão, mas é fundamental indicarmos alguns aspectos que achamos essenciais.

FALTA DE TRANSPARÊNCIA E CONTROLE EXTERNO
A falta de rigor do Estado na fiscalização da atuação de seus agentes, a falta de transparência nos dados de violência, e, principalmente, a falta de controle externo das atividades policiais são fatores que, sem dúvida, facilitam a ação criminosa de parte da polícia – especialmente em comunidades pobres, distantes dos olhos da classe média e das lentes da mídia. E os acontecimentos das últimas semanas realmente nos dão uma boa noção de como isso acontece.

Apesar dos insistentes pedidos de entidades e meios de imprensa, até hoje, não se sabe de forma precisa quantas pessoas foram mortas em operações policiais desde o dia 22. Não se sabe tampouco quem são esses mortos, de que forma aconteceu o óbito, onde estão os corpos ou, ao menos, se houve perícia, e se foi feita de modo apropriado. A dificuldade é a mesma para se conseguir acesso a dados confiáveis e objetivos sobre número de feridos e de prisões efetuadas. As ações policiais no Rio de Janeiro continuam escondidas dentro de uma caixa preta do Estado.

Na ocupação policial do Complexo do Alemão em 2007, a pressão política exercida por parte deste mesmo coletivo de organizações e movimentos viabilizou, com a participação fundamental da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, um trabalho independente de perícia que confirmou que grande parte das 19 mortes ocorridas em apenas um dia tinham sido resultado de execução sumária. Foram constatados casos com tiros à queima roupa e pelas costas, disparados de cima para baixo, em regiões vitais, como cabeça e nuca. Desta vez, não se sabe nem quem são, quantos são e onde estão os corpos dos mortos..

Para que se tenha uma ideia, em uma favela do Complexo do Alemão representantes das organizações estiveram em uma casa completamente abandonada. No domingo, dia 28, houve a execução sumária de um jovem. Duas semanas depois, a cena do homicídio permanecia do mesmo jeito, com a casa ainda revirada e, ao lado da cama, intacta, a poça de sangue do rapaz morto. Ou seja, agentes do Estado invadiram a casa, apertaram o gatilho, desceram com o corpo em um carrinho de mão, viraram as costas e lavaram as mãos. Não houve trabalho pericial no local e não se sabe de nenhuma informação oficial sobre as circunstâncias da morte. Provavelmente nunca saberemos com detalhes o que de fato aconteceu naquela casa.

“A ORDEM É VASCULHAR CASA POR CASA...”
Por outro lado, o próprio Estado incentiva o desrespeito às leis e a violação de direitos quando informalmente instaura nas regiões ocupadas um estado de exceção. Os casos de invasão de domicílio são certamente os que mais se repetiram no Alemão e na Vila Cruzeiro. Foi o próprio coronel Mario Sérgio Duarte, comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, quem declarou publicamente que a “ordem” era “vasculhar casa por casa”, insinuando ainda que o morador que tentasse impedir a entrada dos policiais seria tratado como suspeito. Mario Sérgio não apenas suprimiu arbitrariamente o artigo V da Constituição, como deu carta-branca à livre atuação dos policiais.

Em qualquer lugar do mundo, a declaração do coronel seria frontalmente questionada. Mas a naturalidade com que a fala foi recebida por aqui reflete uma construção histórica que norteia as ações de segurança pública do estado do Rio de Janeiro e que admite a favela como território inimigo e o morador como potencial criminoso. Em comunidades pobres, o discurso da guerra abre espaço para a relativização e a supressão dos direitos do cidadão, situação impensável em áreas mais nobres da cidade. De fato, a orientação das políticas de sucessivos governos no Rio de Janeiro tem sido calcada em uma visão criminalizadora da pobreza.

Em meio a esse caldo político, as milícias formadas por agentes públicos – em especial por policiais – continuam crescendo, se organizando como máfia por dentro da estrutura do Estado e dominando cada vez mais bairros e comunidades pobres no Rio de Janeiro. No Alemão e na Vila Cruzeiro, comenta-se que parte das armas desviadas por policiais estaria sendo incorporadas ao arsenal destes grupos. Especialistas avaliam com bastante preocupação a forma como o crime está se reorganizando no estado.

Mas isto continua tendo importância secundária na pauta dos Governos. De olhos fechados para os problemas estruturais do aparato estatal de segurança, seguem apostando em um modelo militarizado que não é direcionado para a desarticulação das redes do crime organizado e do tráfico de armas e que se mostra extremamente violento e ineficaz.

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 2010.

Assinam:
Justiça Global
Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência
Conselho Regional de Psicologia – RJ
Grupo Tortura Nunca Mais - RJ
Instituto de Defensores de Direitos Humanos
Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Não haverá nova eleição para Senado no Pará


O Tribunal Regional Eleitoral do Pará negou pedido do partido de Jader Barbalho e decidiu que não haverá nova eleição para o Senado no Estado. A decisão dos desembargadores foi tomada durante a última sessão ordinária do TRE-PA, nesta quinta-feira (16).

Por 3 votos a 2, a Corte decidiu que uma nova eleição traria prejuízos à população do Pará. 'Como estamos na véspera da diplomação dos dois candidatos eleitos, se o tribunal decidisse por novas eleições ficaríamos vários meses sem dois representantes no Senado Federal e o maior prejudicado seria o povo paraense', disse o relator do processo, desembargador Daniel Sobral.

Acompanhando o relator, votaram contra a realização de nova eleição as desembargadoras Maria do Céu e Vera Araújo. A favor do pedido de novo pleito votaram Rubens Leão e André Bassalo.

Com a decisão, ficam confirmadas as diplomações de Flexa Ribeiro (PSDB), eleito em primeiro lugar para o Senado com a expressiva marca de 1.817.44 votos, e Marinor Brito (PSOL). Os eleitos serão diplomados nesta sexta-feira (17).

Fonte: Portal ORM

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Rosas para Noel


HOJE
Show “Para Sempre Noel: 100 anos de samba e poesia” / Quarteto Latitude
Teatro Margarida Schiwazzappa
Data: 08/ 12/ 2010
Horário: 20:00 hs
Igressos: R$ 10, 00 (8217-3135/ 8739-9168)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Entrevista com Marcelo Freixo - PSOL


Em entrevista a Terra Magazine, o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ), conhecido pelo combate às milícias, afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez “a escolha política” de ir “à fonte do financiamento do tráfico”. Segundo ele, a ação da polícia carioca nas favelas reforça “a criminalização da pobreza” e não enfrenta o crime organizado. Ele será enfrentado, diz Freixo, “onde há o lucro (com a ilegalidade), que não é na favela”.

- A favela é a mão de obra barata. É a barbárie – diz o deputado, elencando a Baia da Guanabara e o Porto como locais onde há o tráfico de armas e onde lucra o crime organizado.

Crítico da política de segurança pública do Rio, Freixo afirma que as reclamações dos moradores dos morros questionam a presença da polícia, comparando à ausência de políticas sociais, postos de saúde e escolas. Para o deputado, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) visam atender as necessidades de uma cidade que será Olímpica em 2016:

- As UPPs representam um projeto de cidade e não de segurança pública. O mapa das UPPs é muito revelador: é o corredor da Zona Sul, os arredores do Maracanã, a zona portuária e Jacarepaguá, região de grande investimento imobiliário. Então, são áreas de muito interesses para o investidor privado. (…) A retomada é militar para permitir um projeto de cidade, que é a cidade Olímpica de 2016. Para toda cidade Olímpica tem cidades não-Olímpicas ao redor – afirma.

Leia na íntegra no Ponto de Pauta

domingo, 14 de novembro de 2010

O que me alimenta


Sinto falta de todos os amigos que já passaram pela pequena estrada. Os longe e os de perto. Às vezes os de longe são mais presentes quanto os que moram a duas ruas de mim.

Não entendo, mas amigos nos fazem bem até quando brigam por coisa besta, por uma resposta mal interpretada, e até por ciúme.

Já amanheci no celular falando besteira e assuntos sérios também. Já chorei por amigos distantes e pelos que acabei de encontrar. Já briguei pra defender gente que nem merecia, mas fiz de alma lavada e não me arrependo.

Cultivo cada grão de sinceridade que recebo, não costumo burlar os princípios leais de manter qualquer tipo de laço afetivo. Sustento até o último instante o carinho e respeito que tenho por cada um.

Tenho todo tipo de amigo. Os “sem noção” são o que mais me cercam, deve ser pela afinidade. Tem os “Robóticos” aqueles que se acham corretos e fingem não cometer qualquer deslize; os “Santarrões” ou “Capa” que posam de cristãos convertidos, porém, que não passam de bibelôs nos bancos (templos) e se esquecem que Deus não define níveis de pecado, pecado é só um, seja mentir ou matar, teremos as conseqüências de nossos erros, precisamos cuidar para não cair e só.

Vale lembrar que amigos nunca substituem outros. Velhos ou novos. Os que chegam agora ocupam o lugar antes desconhecido e não anulam os buracos que os antigos deixaram.

O espaço só está vazio. Com uma poeira aqui outra ali, sem luz o que impede de possíveis invasões, mas está lá pronto para ser habitado pelo mesmo inquilino. Na verdade o coração é segmentado, e por mais que pareça isso não é ruim. Tem lugar pra todo tipo de amigo eles só precisam cultivar dia após dia.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sim, acredito na construção coletiva!


Fazia tempo que não participava de palestras ou seminários voltados à Comunicação Social, mas na última quinta-feira (21/10) tive o desprazer de assistir a palestra sobre "Inovação e Tecnologia na Prática Jornalística". Confesso que fui ingênua em acreditar que o tema ministrado pelo então jornalista Mauro Bonna pudesse ser proveitoso para formação dos estudantes de jornalismo ali presentes.

Jornalismo mercadológico. Essa foi a denominação usada pelo palestrante para fomentar e tentar canalizar os estudantes ao capital. Segundo ele, ao invés de Jornalismo Comunitário, deveríamos estudar Jornalismo Mercadológico, o que não é diferente do que ele e a chamada imprensa marron defendem. Para ele a academia tem formado comunicadores com muita pureza e isso dificulta o desempenho no mercado de trabalho. Entendamos alguns pontos.

Se a pureza da qual o apresentador do programa Arjumento, ops! Argumento, se reportou foi no sentido de criticidade, seriedade, responsabilidade com a informação e principalmente com a comunidade, realmente posso me considerar pura.

Mesmo sabendo do rolo compressor que é a grande imprensa, não pretendo e não vou antes ou depois de formada, me render ao capital e desacreditar na construção coletiva. Inocente? Não, assertiva como dizem.

Entendo que todo veículo de comunicação precisa de capital para se manter, mas a formação cultural, e responsabilidade social vão além de meros $$.

Acredito na Comunicação Social como ferramenta de mudança dessa sociedade mercadológica e descompromissada com a ética, defendida com unhas e dentes por profissionais dessa linha.

É bem verdade que o processo de conscientização é longo, porém, se não fizermos desde já que esse processo inicie (o que já vem acontecendo) de que adianta o empenho de nossos mestres para a construção do jornalismo comunitário? Somos compostos de sangue e sentimento e não de cifrões.

Rádio comunitária existem e dá resultado, o "problema" é que ela não beneficia empresários e isso sim interfere no investimento ao jornalismo comunitário.

Mas depois de assistir a palestra tive a certeza do que não quero ser no mercado: uma jornalista vendida!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Minhas companhias


A companhia é de "M.P.B só as balas" que meu irmão deixou salvo no pc. Essa é a legenda da pasta dele aqui, e só agora percebo que são só as balas de verdade. Músicas que conhecia mas que não sabia que conhecia. Aquelas que ficam no subconsciente e quando ouvidas nos lembram bons momentos. Égua! Paulo Diniz - Pingos de Amor. A classica!! Sempre que ouço essa e outras músicas dele, tenho a impressão que está sentado a minha frente num bar de madeira, sem blusa, com um short vermelho, meio copo de cerveja, um violão e alguns bebuns delirando ao timbre roco e charmoso. Essas são minhas companhias hoje.

Afinal preciso preparar meu espírito para maratona dessa semana.
Trabalho. Trabalho. Trabalho.

Mesmo sem tempo, conheci um figura perfeito. Atraente.Atencioso. Tocante. Profundo. Aff....não sou individualista e por isso divido com vocês.

Fabricio Carpinejar

sábado, 28 de agosto de 2010

Na área


Fazia tempo que não dava o ar da graça.Mas "Essência da Adoração" de David Quilan me faz mudar de idéia, é o que inunda meu coração agora. Diferente do que pode parecer estou muito feliz. Semana passada participei do Congresso do grupo de jovens da minha igreja. Muito trabalho, suor, e cansaço, mas tudo isso deu lugar a presença de Deus em nossas vidas.
De lá pra cá, o tempo parece ter encurtado,24h já não cabem no meu dia, e esse é um dos motivos de ter sumido.
Ando lendo um pouco, e os livros que me acompanham são: "Memórias de minhas putas tristes" de Gabriel Garcia Márques - que meu amigo (foca) Adison César cedeu de sua "humilde" biblioteca particular e "Fama e Anonimato" de Gay Talese que faz parte da metodologia usada pelo professor Ismael Machado nesse semestre. Partindo do pressuposto que as coisas se parecem com seus donos, as obras são maravilhosas, por hora penso como seria Gay Talese descrevendo o enredo do "Memórias" isso viraria literatura erótica, não desprezando esse formato mas que seria meio louco seria. Ah seria!!!

Agora Vineyard "Me derramar" me convida a ir pra cama e agradecer à Deus por tudo!

sábado, 31 de julho de 2010

Dias merecidos


Não teria motivo pra escrever hoje. Cansada, ainda sinto dores por conta do jogo de taco em Joanes/Marajó, mas como agora tenho dois ilustres seguidores (Adison Cesar e Eraldo Paulino), em hipótese alguma os deixaria sem informação.

Pois bem, no 4º ano consecutivo que passo férias em Joanes/Marajó/PA resolvi levar minhas sobrinhas, não são criançinhas como alguns podem pensar. Uma de 14 e outra de 16. Raissa e Rebeca. Tudo foi religiosamente estudado pra que elas pudessem ficar bem antes e durante a viagem. Tudo sob controle. Ou melhor eu que não consegui controlar o cuidado excessivo quando uns garotos se aproximaram delas, mas não quero relatar esse fato por receio de represálias.

Com tudo pronto fomos para o Marajó. Eu, Rebeca, Raissa e Glaydson um amigo-vizinho nosso. Na viagem ele jogava video game (PSP), Rebeca ouvindo alguma coisa não lembro, Raissa assistindo o video sobre o Marajó que sempre passa durante o percurso e eu tentando conciliar Agatha Cristie e Ismael Machado boas companhias.

Chegamos. Tudo ocorreu bem graças a Deus.

Seis dias merecidos e aqui estou de volta a vida normal.

domingo, 18 de julho de 2010

Envelhecer até morrer


Acabo de assistir o filme "O curioso caso de Benjamin Button". Pra quem não conhece, é a história de um homem que nasce com mais ou menos 80 anos. Diferente do comun, tem o caminho inverso. Velhice, juventude, adolescência e infância, essa é a ordem "natural" dele. Ahh ia esquecendo, quem o interpreta é Brad Pitt, voltando....

Benjamin anda literalmente "contra a maré". Enquanto todos envelhecem e partilham experiências, ele as vive e a cada dia rejuvenece, não vou aqui relatar o filme, mas há um detalhe que muito me chamou atenção.

Quando está no fim da vida, isso quer dizer mais ou menos aos 8 ou 9 anos, ele não recorda da vida que levou. Não consegue lembrar do amor de sua vida, da filha e nem das coisas que aprendeu, isso por um lado é triste.

Não me imagino sem essas lembranças tão ricas a qualquer mortal. Não poder sentir saudade de momentos únicos com pessoas únicas, nem lembrar das mentiras bestas que inventei só para estar ao lado de alguém especial, das lágrimas tolas derramadas quase todas as noites por pessoas nem tão importantes assim, ai...ai...
Atitudes e gestos simples mas que juntados ao longo da vida, traçam o caminho perfeito.

Por outro lado, seria interessante não lembrar das pessoas que me fizeram mal ( e olha que não são poucas). Tipo, um amor não correspondido que por anos de tentativas não deu certo e que ainda assim não consigo aprender. Apagar da memória tudo o que me trouxe desânimo, dor, sofrimento, saudade, mas pera aí.... sentir saudade é bom, ou não é?

Quem dera pudessemos filtrar:
- Só vou sentir saudade de coisas agradáveis.

Se assim fosse, era como se tivessemos o controle remoto da vida, ou seria um remoto controle??

Ao certo não sei o que seria melhor ou pior, se a medida em que a vida cessar perdessemos a memória pra termos uma morte calma, serena e tranquila ou se com o passar dos dias lembrassemos sempre de tudo e todos mesmo com os olhos mareados exatamente como agora.

domingo, 27 de junho de 2010

O dom mais importante é o mais dificil


Minha base é cristã, e amar seria muito natural ou até facil, teoricamente é. Paradoxo? sim. As vezes é mais facil odiar que amar alguém.Amar quem nos ama é a parte gostosa de ser humano, agora amar a quem odiamos ou fingimos que odiamos é a pior coisa.
Como sempre escrevo ouvindo algo, a trilha hoje é Fernanda Brum e Eyshila com a música Perdão.
"se o teu inimigo tiver fome
dá-lhe de comer.Se o teu inimigo
tiver sede dá-lhe de beber"

Quantos vivem o que esse trecho diz??!! Não falo dos inimigos com chifres ou rabos que cincundam nossas mentes, falo das pessoas ao redor, que não precisam nos agredir fisicamente mais que as odiamos gratuitamente. E não precisa oferecer alimento materialmente, mas a atenção ou uma simples ligação já resgata qualquer um.

"perdão, perdão antes do partir do pão
Perdoar, perdoar antes do vinho tomar
Amar, amar sim eu quero te amar, ser amado,
ser amado,eu preciso ser amado "

Na medida em que precisamos amar queremos ser amados essa é a ordem natural das coisas. Ao menos seria!
O motivo dessa ladainha toda?! Preciso trabalhar o perdão, ô coisa dificil meu Deus!!!!

Mas não estou a beira do abismo, ao menos reconheço só ainda não o fiz!

Ainda Fernanda Brum e Eyshila!

sábado, 12 de junho de 2010

Saudosista sim!!!



Luz acesa por favor!!
A trilha sonora é Los Hermanos,acústico MTV. Gosto da metalera, o arranjo,o back vocal isso sem falar das letras, coisas que aspirante a músicista curte.Envolvente. As vezes traz boas lembranças, as vezes não.Mas é o que preenche a noite.

Quando pequena (não faz muito tempo rssrsr)conversava sozinha e até brigava comigo mesma,devia ser pela diferença de idade com minhas irmãs. Tenho mais três, fora meu irmão. Não me deixavam brincar ou acompanhar as conversas, tenho o sinal dessa harmonia na sobrancelha.

Agora com pouco mais idade não mudou muito, as vezes falo sozinha, mas tenho a companhia dum retângulo colorido, algumas teclas e duas caixinhas de som que fazem a diferença.

Essa semana foi de nostalgia total, TPM talvez. Vasculhando meu baú virtual encontrei alguns emails e fotos antigas que trocava (tô devendo novas informações) pra uma amiga que mora no RJ, amiga de infância (daí a nostalgia),alguns são impublicáveis, outros percebo o quanto amadureci.

Como diz um amigo viver o amor livre é a forma de desnudar o medo de ser feliz, e isso implica em sermos assumidamente saudosistas quando necessário, ou viver intensamente o que é NECESSÁRIO.

Ainda Los Hermanos, agora Ventura - Sentimental.
Meia luz.....

terça-feira, 1 de junho de 2010

A suprema distância



Há uma distância terrível que régua alguma consegue mensurar: a de um coração fechado a outro.

Essa distância existe entre amigos sem agenda - que nunca têm tempo um para o outro - ou que permitem-se um isolamento por um ou outro motivo.

Existe também entre um casal quando partilham tudo: uma cama, um teto,... mas já não o que lhes vai dentro deles, quando não há um ouvido aberto para ouvir o batido do peito do companheiro.

Essa coisa ganha uma dimensão terrível, quando instalado (ou progressivamente ganha seu espaço) e se solidifica até que não haja mais volta e a existência do outro, na história simplesmente desaparece. Em referências, em lembranças...

Começa-se geralmente com um ressentimento sobre algo não resolvido, que dita uma rotina de desavenças, que vira amargura, que vira ódio, que vira indiferença, que vira morte relacional.

Nas escrituras há algo como isso, quando curiosamente, o Deus onisciente, recusa-se a registrar a existência ou a coexistência com alguém que para Ele se fecha. Lá lemos que o Todo Poderoso, afirma desconhecer os que não partilharam a sua vida, abrindo a sua intimidade ao escrutínio do Senhor. Percebi assim, porque devia eu orar de contínuo a Ele. Não para informá-Lo do que não sabe, nem para conquistá-Lo para as minhas lutas, nem para fazê-Lo se converter às minhas causas, mas para simplesmente com Ele partilhar o meu coração.

Muitos, diz a Palavra, virão no fim dos tempos, apresentando-se tardiamente a Deus e o pior - através das suas obras e ouvirão a declaração dessa suprema distância estabelecida - "Apartai-vos de mim. Nunca vos conheci".

Apesar de o Criador saber de todas as coisas, Ele recusa-Se por um ato soberano a vasculhar a intimidade dos que a Ele não se apresentam em contabilidade de amor como manifestação de amor diária, e não por obrigação. E deixam de o fazer por motivos que vão da displicência cimentada em rotina de isolamento, à rebeldia.

Talvez dai venha a pena das penas, impostas aos que se fecham para Deus: o abandonar das nossas vidas à mercê de nós mesmos. Como aliás afirma Paulo, no capítulo 1 de Romanos de 21 a 32. Tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como tal,... Ele os entrega às suas paixões para acabarem consigo mesmos cometendo todo tipo de desvario, buscando o que nunca se pode fartar - os seus apetites animais.

Que Deus nos livre dessa distância,...

Por Rubinho Pirola
http://www.rubinhopirola.com/

domingo, 30 de maio de 2010

Começando.....

Relutei ao máximo parar aqui. Mas foi mais forte do que pensei. Talvez acostume, talvez não, o melhor é que não tenho compromisso (até agora não). Engatinho nisso, e provavelmente levarei tombos que me deixarão ematomas horriveis, então resolvi seguir o conselho de um professor. Se for pecar que peque pelo excesso. E por falar em pecar, deixo um diário de bordo que fiz a caminho da faculdade, sem edição, com direito a errus de prutugueis e tudu (propositalmente). Tem um tempinho já, mas acho que vale, não sei o que me deu, só tava afim de escrever e deu nisso...

Onibus 76107 -

Só preciso de um lugar pra sentar. Benguí-Fellipe Patroni, 18h:40. Tenho que relaxar, se é que dá pra relaxa num onibus de Belém, com seus declives e desconforto, sem falar na trilha sonora que uns ousam em nos obrigar a ouvir.
Uns conversam. Outros em pé, cuidando para não cair. Bem na frente um figura curte som no celular ou mp alguma coisa (não sei em qual número está o mp hoje).

Entre um cochilo e outro a srª ao lado tenta não tombar no enconsto da cadeira da frente e tenta não passar da parada de destino.

Até que não tá quente. Já peguei onibus que mais parecia sauna que outra coisa.
É engraçado os volumes que as pessoas carregam, sombrinhas vermelhas com bolinhas brancas ( isso me lembra os anos 60, não que seja velha é que estudei um pouco), bolsas enOrmes que comportam alimentos e quase a casa completa de uma mulher.

Na curva sempre tem uns que se aproveitam da situação esprimida. Quando não é comigo soa até engraçado (rsrs).

O figura do mp4 tem um crucifixo no peito mas, não parece ouvir nada sagrado, também, com a inovação de ritmos que invadem as igrejas é dificil descobrir o som misterioso, do figura misterioso.

A srª ao lado precisou ser acordada. É que ela foi solidária quando segurou os livros da moça de blusa rosa. Vejo poucas pessoas solidárias assim, também, na sociedade individualista que o capitalismo prega é raro vê isso mesmo. Eu nem sempre faço isso.

O entrocamento é o gargalo do transito de Belém. Se estivesse com a Dani, não pensaria assim. Ela não fica enrolada no entroncamento. Corta o que vier pela frente. É bacana. O cheiro do cheiro verde é bom, mas dá fome.

O cobrador lê. Confere o caixa e conversa com o motorista, mas não tem aqueles avisos: Não converse com o motorista?? Não lembro de algum dia ter seguido essa orientação, esses avisos só servem para serem burlados.

Já choveu pra cá. Dá pra sentir no vento frio, isso dá outro tom na viagem. Vale da Benção! Ao lado dele parece que vão fazer um ginásio da igreja, vou conhecer. Tenho curiosidade de vistar o planetário, confesso que nunca me esforcei pra vir.
A trilha sonora agora é outra. Buzinas, várias delas ao mesmo tempo, é irritante.

Adorava quando minha mãe fazia tranças, duas de preferência, pra parecer a Chiquinha, mas acho que a garota mais a frente não gosta. A mãe passa o tempo trançando as madeixas da pequena de mais ou menos 8 anos. Égua vou passar da parada!!

19h:05